Tiradentes guarda um pedaço da nossa história, passear por suas ruas de pedras é como deslizar pelas páginas de um livro, principalmente ao amanhecer quando os carros ainda não adentraram o centro e nos encontramos praticamente sozinhos cercados pela serra de São José e um conjunto arquitetônico de tirar o fôlego, tombado pelo SPHAN (Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

A primeira vista não é nem preciso visitar os museus para entrar em contato com as belezas do período colonial brasileiro uma vez que as casas e igrejas já são por si só um espetáculo, mas é quando entramos neles que fica ainda mais clara a riqueza ostentada no país durante este período. Pinturas, esculturas, vestimentas, tudo reluz o ouro que fluía de Minas para a Corte portuguesa.

Para mim reluziu muito mais, me mostrou através de cada detalhe as tradições artesanais ainda preservadas naquela região. Descobri atrás de cada técnica uma pessoa apaixonada pelo seu ofício, que o executa com carinho e dedicação extremos e que não troca sua vida tranquila por outra na cidade grande. Me apaixonei, pela cidade, pelas histórias, pelas pessoas, para mim a verdadeira riqueza de Minas Gerais.

É essa riqueza que procuro traduzir através da nova coleção Artesãos, o ouro que aflora pelas mãos, afinal o nosso verdadeiro ouro ainda está aqui, guardado pelas mãos destes admiráveis artesãos que teimam em não deixar nossas tradições desaparecerem. 

A coleção é uma homenagem aos cinco artesãos que tive o privilégio de conhecer durante as imersões da 1ª Semana Criativa de Tiradentes em 2017. Através de cada peça apresento o meu olhar sobre a história e o trabalho de cada um deles. São cômodas, mesas, espelhos e luminárias com a alma de cada artesão e a minha também.

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