ONDE QUERO DEIXAR
MEU REFLEXO?

“Pausar o tempo, permanecer no instante, observar a si
e ao outro. Ouvir os sons que não são expressados,
mas que gritam com os olhos marejados,
num desespero contido por amarras invisíveis.”  

Maria Fernanda Paes de Barros

“Será que somos nós que estamos surdos? Será que treinamos nossos ouvidos sem perceber, por nos sentirmos impotentes diante de tanta dor? Agora chegamos ao limite da cegueira e da surdez.”

Com esse pensamento, Maria Fernanda Paes de Barros e Kulikyrda Mehinako apresentam a obra ‘Onde quero deixar meu reflexo’.

EVOCAR A URGÊNCIA EM
OLHAR PARA A FLORESTA

Uma obra feita a quatro mãos com o artista Kulikyrda Mahinaku, do Xingu, que propõe ao público uma oportunidade de reflexão, uma pausa no tempo, o “sentar” como momento de interiorização para que percebamos nossa força, possamos enxergar todos os sinais, ler cada detalhe e escrever a história que queremos deixar como herança. Um tronco de árvore partido ao meio por um espelho divide a realidade entre a arte representada pelo banco zoomorfo e a natureza queimada pela ação inconsequente do homem.

MATERIAIS

Banco esculpido de madeira maciça, espelho tipo bronze e tronco de madeira

 

MEDIDAS

142.5 x  43.3 x 63 in
362 x 110 x 160 cm

A instalação consiste em duas partes de uma mesma árvore que representam realidades distintas: a natureza queimada pela ação inconsequente do homem e a escultura de tamanduá produzida por Kulikyrda. Os zoomorfos em madeira são alguns dos trabalhos tradicionais de seu povo, onde os artistas da comunidade criam peças em madeira inspirando-se na fauna existente em seu território.

Um espelho colocado entre as partes refletirá o usuário sobre o banco. “A posição do sujeito diante da totalidade da obra recortada (como que interrompida) e amparada pelo espelho, dá a oportunidade desse mesmo sujeito pensar que foi dividido diante da cena: Onde eu me encaixo?” Esta provocação estimula uma autoreflexão sobre a nossa responsabilidade com a arte, a cultura, a nossa ancestralidade, nossa origem, tradições e costumes, tentando enxergar além do óbvio e repensar o nosso lugar como ser atuante transformador da realidade.

“Além de ser um convite para uma pausa, para o “sentar” como momento de interiorização, é também uma forma de despertar memórias para que percebamos nossa força, possamos enxergar todos os sinais ao nosso redor, ler cada detalhe e escrever a história que queremos deixar como herança”, finaliza Maria Fernanda.

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